País cai, mas violência no Rio cresce: mortes de policiais e agentes mais que dobram em 2025

Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Sesp-RJ), ligada ao governo Cláudio Castro, atribui aumento da violência à decisão do STF que restringiu operações policiais durante a pandemia de Covid-19

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail
Imagem meramente ilustrativa de operação policial no Rio de Janeiro - Foto: Divulgação

Na contramão do cenário nacional, o Rio de Janeiro apresentou aumento nos índices de violência em 2025, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública. De janeiro a abril, o estado registrou alta de 6% nas mortes violentas e um crescimento expressivo de 34,4% nas mortes causadas por policiais.

Os números contrastam com a tendência de queda observada no restante do país. No mesmo período, o Brasil registrou redução de 11% no total de mortes violentas, ando de 13.387 casos em 2024 para 11.886 em 2025. Já no Rio, a tendência foi oposta, com os registros subindo de 1.181 para 1.254.

A pesquisa considera ocorrências como homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Outro dado alarmante é o aumento das mortes causadas por agentes do Estado. Enquanto o país teve leve queda de 0,3% (de 2.149 para 2.142), o Rio saltou de 212 para 285 casos, um acréscimo de 34,4%.

O número de mortes violentas de agentes de segurança pública teve leve alta nacional. No entanto, sem o Rio de Janeiro, o país teria registrado queda nesse indicador. O estado foi responsável por mais da metade dessas mortes.

No Rio de Janeiro, esse número mais que dobrou em comparação ao ano anterior: foram 37 casos em 2025, contra 18 em 2024, um aumento de 106%. Nacionalmente, esse tipo de morte se manteve praticamente estável, ando de 70 para 71 casos.

Procurada pelo site g1, a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Sesp-RJ), ligada ao governo Cláudio Castro (PL), lamentou as mortes de policiais e atribuiu a alta à ADPF das Favelas — decisão do STF que impôs restrições a operações policiais em comunidades durante a pandemia de Covid-19.

Para José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, em entrevista ao site, o aumento nas mortes de agentes reflete uma “gestão calamitosa” da segurança no estado. Segundo ele, medidas urgentes de proteção e capacitação são necessárias.

“Treinamento para os policiais em relação às medidas de segurança, em serviço e fora do serviço. E é necessário examinar cada caso com o máximo de detalhes, até para saber se existe uma disposição de grupos criminosos de atirar à toa nesses agentes. E policiais que se sentem ameaçados também podem pedir para ser removidos. Um agente morto é muita coisa. 38 é uma tragédia”, afirma.

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

1 COMENTÁRIO

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui